Feliz Quaresma Aos de Boa Vontade

O período de quarenta dias entre a balbúrdia do Carnaval e a sagrada Páscoa é uma chance, que muitos desperdiçam, de ficar em silêncio.

Tenebrário

Na minha infância, a Quaresma tinha um peso muito maior nas nossas vidas.  O jejum fazia parte, mas o que me impressionava mesmo era o clima, que sempre se mostrava tenso com a cor roxa da Igreja. Na Semana Santa, o Cristo e outras imagens também cobertos com o pano roxo me deixavam curioso, mas eu compreendia. Era um sinal que não se precisava explicar, até mesmo nós, as crianças, mesmo “encapetadas”, entendíamos.

Infelizmente, hoje é preciso um site, podcast, post, vídeo ou documentário para explicar tudo. Sim, e tirei os livros da lista de propósito.

 E tudo que muito se explica, perde uma boa parte da sua essência. A essência está no mistério que envolve a vida pública do Rei dos Reis. Aquele com o qual muitos conviveram há dois mil anos, e ninguém precisou ficar explicando, simplesmente por que não precisava. A esperança, a fé e o respeito bastavam, e havia uma escolha a ser feita: segui-lo ou não. Parece que a modernidade complicou mais a mensagem. E ainda tem os que colocam a culpa na Idade Média. 

A internet está transbordando de especialistas em Jesus Cristo, doidos para te ensinarem algo sobre ele, e usarem o que julgam saber para difamar o Catolicismo.  Todos caem na mesma cova rasa do relativismo.

Na quarta-feira de Cinzas, a internet ficou repleta de posts feitos pelos rebeldes de barriga cheia, mostrando como podemos viver melhor abandonando os preceitos que os avós deles certamente seguiram, pois Deus não inventou nenhuma religião. Deus também não inventou o Carnaval, partidos políticos e jovens de cabelos coloridos. Ele sequer inventou os banheiros, que hoje também são motivos de discussão.

Cada um, em silêncio, pode escolher sua parte.

Sejam livres.