Edward Burne Jones: The Adoration of the Magi : Google Art Project |
E no final de 2022 chegamos à mais uma Encruzilhada.
Estão diante de nós opções não muito ortodoxas, pois somos
uma geração de pessoas acostumadas a esticar as mãos e escolher o que queremos
pegar. A geração depois da minha é
acostumada a pegar o que quiser sem mesmo esticar as mãos. Quando nos deparamos
com a escolha, sentimos a frustração de não termos melhores opções do
que as que se apresentam. Não são somente escolhas culturais, ou políticas. Estão diante de nós, também, opções
pessoais e espirituais que se revelam de uma maneira bem esquisita. São escolhas que,
em outro momento da nossa história, certamente não existiriam e hoje estão aí, esbanjando
normalidade em meio ao caos gerado pela histeria comercial desta época.
Há dois milênios acontecia uma conversa controversa entre os
reis do Oriente e Herodes, o rei dos judeus. O velho Herodes, raposa criada pelas ideias republicanas
de Roma, tentava extrair dos sábios a informação do paradeiro do verdadeiro Rei,
menino, nascido em Belém. No entanto, os
reis do Oriente foram avisados, em sonho, das intenções do tirano, e não retornaram a Jerusalém para informa-lo. O Messias
viveria para cumprir o seu propósito.
Somente esta cena nos daria horas e horas de imenso aprendizado
e reflexão, que dirá o desfecho, com a estrela, anjos, pastores, animais, manjedoura...
Certamente os reis do Oriente estavam à procura de algo que
os ajudasse nas suas caminhadas, nas suas decisões, nas suas dificuldades. Ao escolher
seguir a estrela até a manjedoura, eles provaram da sabedoria de uma grande decisão
espiritual. Os presentes, ouro, incenso e mirra, foram apenas detalhes de um
cenário espiritual muito maior. Ali não
há luta de classes, nem opressão, nem vitoriosos ou derrotados. A estrela que guiou
os sábios não brilhou somente para eles, quem quis, quem acreditou e quem ousou
segui-la, encontrou o próprio Deus-menino, o Rei dos Reis.
E hoje, no meio desta encruzilhada, está a confusão daqueles
que não sabem ver além dos presentes, um caminho escolhido pelos que não acreditam, e os que preferem
ignorar o milagre. Esse milagre que se repete através dos séculos, na alegria e na paz daqueles que não viram, mas
que nunca deixaram de acreditar.
Feliz Natal, e um novo Ano de escolhas cada vez melhores
para todos.
Gratidão pelas leituras, e sejam livres.